11 de ago. de 2010

Eduardo Campos pode ficar com 170 dos 184 prefeitos de Pernambuco






Campos conta com o apoio de filiados ao partido de seu principal adversário, que o acusa de cooptar os aliados

Na campanha de 2006, sem máquina, sem o apoio preferencial do presidente Lula, o então candidato ao governo de Pernambuco, Eduardo Campos (PSB), chegou a Panelas, no Agreste pernambucano, num domingo de maio. O festival nacional de jericos lotava a cidade. Ali, gastou sola no meio da festa, fez corpo a corpo com eleitores e, principalmente, visitou antigos correligionários. De certo modo, deu início ao processo de reconquista das bases que uma década atrás tinham estado no palanque do avô, o ex-governador Miguel Arraes.
Ao se reunir com três vereadores do PT, despertou a ira de Humberto Costa, petista que concorria ao Executivo estadual naquele ano e que também cumpria agenda de campanha no mesmo lugar. “Acho uma coisa desrespeitosa. Eu não faço isso com ninguém, não assedio ninguém do PSB ou do PTB”, disse o petista ao saber da movimentação de Eduardo. Minutos antes, o socialista tinha sido incisivo quando questionado por que estava avançado em bases alheias. Disse que os parlamentares eram originalmente do PSB e observou que, quando eles se filiaram ao PT, não houve reclamação.
Meses mais tarde, Eduardo sairia vitorioso da disputa. Agora governador, busca a renovação do mandato. E, em campanha, tem feito infindáveis articulações para “recuperar” as bases que um dia foram socialistas. Mas não só. O poder de atração que o seu governo exerce também trouxe para a situação uma quantidade expressiva de lideranças de partidos de oposição.

Oficialmente, 28 prefeitos de legendas que compõem a aliança comandada pelo senador Jarbas Vasconcelos, candidato ao governo pelo PMDB, estão no palanque de Eduardo. Somando-se esse contigente ao total de prefeitos governistas conclui-se que 161 dos 184 gestores municipais de Pernambuco apoiam a reeleição do socialista. E esse número deve crescer, segundo assessores da própria campanha governista. Acredita-se que pode chegar a 170. Se a previsão se confirmar, apenas 14 dos 23 que hoje reforçam a candidatura de Jarbas permanecerão no palanque do peemedebista.

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