Até agora, o guia eleitoral foi responsável por uma única “virada” no processo político eleitoral: Minas Gerais.
Antes do guia, o ex-ministro Hélio Costa (PMDB) liderava as prévias, com folga, para o governo estadual. Duas semanas após o horário político, foi ultrapassado por Antonio Anastasia (PSDB), candidato apoiado por Aécio Neves. Foi o efeito da televisão.
Em Pernambuco, tudo continua como antes no quartel de Abrantes. Eduardo Campos estava em 1º lugar antes do guia e manteve a mesma posição depois do guia, tendo, inclusive, ampliado sua vantagem em relação ao senador Jarbas Vasconcelos.
Agora, para quem desconhece esta realidade, em grande parte dos municípios do Agreste e Sertão de Pernambuco, especificamente onde o sinal de TV é captado por meio de antenas parabólicas, não se vê o guia daqui e sim de São Paulo.
Por isso, há um grande contingente de eleitores, sobretudo da zona rural, que não sabe sequer que Jarbas Vasconcelos é o principal adversário de Eduardo Campos.
Ao todo, são 15 milhões de residências no Brasil que não veem o guia eleitoral dos seus estados. A região com maior concentração de parabólicas é o Sudeste com cerca de 6 milhões de aparelhos.
No Sul e no Centro-Oeste, há 34% das residências com antenas parabólicas, que têm uma imagem excelente, pegam entre 20 e 30 canais e o usuário não paga conta mensal como os de TV por assinatura.
Na área rural do Agreste e do Sertão de Pernambuco, o eleitor não sabe absolutamente nada do processo político no Estado. Conhece Maluf, Aloísio Mercadante, Serra, Quércia, Netinho de Paula, Marta Suplicy. Mas não tem idéia de quem é Edílson Silva, Roberto Numeriano, etc.
Fonte:BIS
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