Em quatro anos deputados enriqueceram 50%

Os deputados federais que tentarão a reeleição em outubro ficaram, em média, 51% mais ricos nos últimos quatro anos, indica levantamento feito pela Folha. Juntos, os 419 deputados federais identificados pela reportagem que buscam um novo mandato declararam à Justiça Eleitoral bens que somam mais de R$ 1,7 bilhão. Em 2006, o valor era de pouco mais de R$ 1,1 bilhão. Ao menos 121 deputados (quase 30%) desse grupo mais do que dobraram de patrimônio no período. O crescimento médio é também bem superior à inflação acumulada -que entre uma declaração e outra foi de 20,5%, de acordo com o IPCA (Índice de Preços ao Consumidor Amplo). Enriqueceu e empobreceu As declarações com as maiores oscilações foram as de dois peemedebistas: a de Marcelo Almeida (PR), que enriqueceu, e a de Camilo Cola (ES), que empobreceu. Há quatro anos, Almeida declarou ter R$ 86 milhões. Neste ano, a fortuna declarada passou para R$ 683 milhões (aumento de 688%). Almeida, 43, afirmou que o aumento se deve sobretudo à herança deixada por seu pai, o empresário Cecílio Almeida, morto em 2008. Cecílio era dono do grupo que leva seu nome e reúne mais de 30 empresas. No caso de Cola, 86, um ex-lavador de carros que fundou e é dono da viação Itapemirim, a aparente perda de quase todos seus R$ 259 milhões tem explicação jurídica, disse sua assessoria. É que a maior parte de seus bens está sendo inventariada. O processo ocorre devido à morte de sua mulher, com quem era casado em regime de comunhão total de bens. Quando o inventário estiver terminado, metade da fortuna de Cola deve ser repartida entre seus dois filhos. Bancada mais rica Quando separados por partido, o PSDB lidera com o maior número de novos milionários: 12. A sigla com mais deputados milionários é o PMDB, que tem também a bancada mais rica. Dos integrantes do partido que tentam a reeleição na Câmara, 32 têm bens avaliados em R$ 1 milhão ou mais. O maior aumento percentual dentre os partidos ocorreu com petistas: 65%. Juntos, passaram de R$ 22 milhões para R$ 36,6 milhões.(Informações da Folha de S.Paulo - Mateus Magenta e João Carlos Magalhães)