9 de out. de 2010

Algumas interpretações e prospecções





O título deste artigo bem que poderia ser ‘Crônica de uma vitória anunciada’ ou ‘de uma derrota anunciada’. Mas o título acima dá uma ideia mais precisa do que deve ser analisado nestas eleições. De fato, tanto a vitória do governador Eduardo Campos (PSB)/Frente Popular de Pernambuco quanto a derrota do senador Jarbas Vasconcelos (PMDB)/Pernambuco Pode Mais têm suas especificidades. Mas há explicações que só emergem se suas trajetórias e os resultados forem analisados em conjunto. Então, vamos lá.
Por um lado, e aqui reside um paradoxo, a aliança PMDB-PFL/DEM começou a se enfraquecer com a entrada do PSDB. Sua chegada tardia à aliança contribuiu para a derrota de Roberto Magalhães (então PFL) à Prefeitura do Recife, em 2000, quando Sérgio Guerra substituiu Raul Henry (PMDB) como vice na chapa. Outro paradoxo: a aliança começou a se esvaziar após a reeleição de Jarbas Vasconcelos, em 2002. Na ocasião, políticos com força densidade eleitoral e de diferentes partidos, como Armando Monteiro (então PMDB), José Múcio (então PSDB), Joaquim Francisco (então PFL), abandonaram a aliança, dentre outros.
As defecções continuaram com a saída de Inocêncio Oliveira (então PFL/PMDB) e Cadoca (então PMDB), além do afastamento pessoal do peemedebista e amigo de Jarbas Vasconcelos, Edgar Moury. Agora, o mesmo ocorreu com Sérgio Guerra (PSDB), que fora preterido na sucessão de 2006 para o governo do Estado. A crise chegou a tal ponto que o anunciado encontro estadual, que deveria ocorrer ainda 2007, jamais vingou. E, em quatro anos, a oposição foi apenas virtual. Em 2010, visando garantir palanque nacional para o PSDB, Guerra bancou a candidatura de Vasconcelos, que se esquivou da disputa até a última hora, mas logo a abandonou e sequer aceitou disputar a reeleição para o Senado. Aliás, ele e os prefeitos tucanos. Como a derrota era previsível, restou a Jarbas Vasconcelos minimizá-la, sem sucesso.

Nenhum comentário:

Postar um comentário