10 de out. de 2010

Deputados de Centro-Oeste, Norte e Nordeste ampliam espaço no PT






A eleição do último domingo (3) para a Câmara dos Deputados reforçou tendência verificada desde a redemocratização no país: partidos que estão no poder passam a incorporar gradualmente às suas bancadas congressistas das regiões Norte, Nordeste e Centro-Oeste. Isso ocorre, afirma o economista político Alexandre Marinis, sócio da consultoria Mosaico, porque essas regiões reúnem localidades mais dependentes de verbas do governo federal, e seus parlamentares têm maior tendência à migração rumo a siglas governistas.

Em 1990, por exemplo, segundo dados compilados por Marinis, apenas 23% da bancada do PT na Câmara era formada por representantes das regiões Norte, Nordeste e Centro-Oeste. O índice passou a 47% na eleição de domingo. O mesmo ocorreu com o PSDB quando o partido governou o país, de 1995 a 2002. Em 1990, 37% da bancada tucana na Câmara era formada por congressistas das regiões Norte, Nordeste e Centro-Oeste, índice que estava em 54% em 2002, último ano do partido no Planalto. A sigla deixou o poder, e o índice ficou em 43% na eleição de domingo. "A eleição reforça a ideia de que regiões mais dependentes do governo federal tendem a ampliar sua parcela nos partidos que estão no poder", afirma Marinis.

No caso do PMDB e do DEM, principais aliados do PT e do PSDB, respectivamente, tratam-se de legendas que tradicionalmente têm grande participação de congressistas das regiões Norte e Nordeste, diz Marinis. O DEM, que perdeu 22 deputados na eleição do último domingo, reduzindo sua bancada de 65 para 43 congressistas, tende a reforçar ainda mais seu "núcleo original" nos próximos pleitos, diz o economista político, com aumento da participação de deputados dessas regiões. O PMDB também registrou aumento na participação de deputados das regiões N, NE e CO, passando de 53% a 58% desde 2006.

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